Pedro Campos Costa

A HISTÓRIA DO FUTURO*

Sempre houve relações entre a arquitectura e as vanguardas tecnológicas, seja na construção e no estaleiro de obra, seja na configuração do projecto e dos seus modos de representação. Essa presença constante no processo arquitectónico, da concepção à utilização, torna ambígua a fronteira entre os dois mundos, ao ponto de não ser possível distinguir se é a tecnologia que influencia a arquitectura ou se é a arquitectura que domestica a tecnologia, incorporando-a na sua disciplina.

Alexandra Areia

PRIMEIRO OS SANTOS

Por formação e experiência, os arquitectos possuem um conhecimento muito específico sobre o mundo habitado, embora nem sempre sejam bem-sucedidos em comunicar essa visão a um público mais alargado. Poderiam ser agentes efectivos de uma transformação cultural, na maneira como o nosso território é ocupado e gerido; mas, porque os seus discursos raramente extravasam os círculos de debate disciplinar, os arquitectos tendem a tornar-se ineficazes. Uma pergunta faz sentido para contrariar esta tendência: como tornar visível um pensamento crítico de arquitectura? Para procurar uma resposta, vale a pena observar um encontro, que é frequente, entre antropologia e cinema

João Athayde e Melo

QUALIDADE QUANTIDADE

Estão em andamento duas obras estruturantes na capital de Moçambique, a ponte para a Catembe e a “circular de Maputo”, obras que prometem criar novos pólos de crescimento e desenvolvimento urbano, económico e social. No primeiro caso, fica a dúvida de estar a “carroça à frente dos bois”, uma vez que a ponte, orçada em 545 milhões de euros, ligará a cidade ao sul, actualmente uma zona rural e de praias com baixa densidade urbana.

André Tavares

RETRATO DE UMA ÉPOCA

Entre 2009 e 2012, nas páginas centrais deste mesmo J–A, regozijávamo-nos com os cartoons do arquitecto Pedro Burgos, crónicas desenhadas que respondiam aos desafios temáticos levantados pela revista.

Isabel Barbas / Ivo Poças Martins (TEXTO) + André Cepeda (FOTOGRAFIA)

Afinal Ainda Se Constrói

Diz-se que no passado o percurso típico de início de carreira de um arquitecto promissor se resumia em quatro passos: concluir o curso, estagiar num atelier, ensaiar-se em concursos públicos e, vencendo algum com certa dimensão, estabelecer um escritório em nome próprio. Esta realidade mudou radicalmente durante a última década. No panorama actual existem arquitectos a mais para concursos públicos a menos.

RICARDO LIMA (TEXTO) + Nuno Cera (FOTOGRAFIA)

Muda aos 5, acaba aos 10

Com o propósito de intervir sobre uma estrutura existente, os arquitectos foram convocados para desenvolver um projecto de recuperação e transformação de um armazém em recinto desportivo, equipado com dois campos de relva sintética. Sem a carga de intervir em património histórico (o armazém funcionava como depósito de materiais de construção), a obra assumiu um carácter experimental e livre de constrangimentos. Foi nessa perspectiva que o N10-II – na sequência de uma primeira experiência bem-sucedida entre o cliente e o atelier em 2004, o N10-I – assumiu a condição de “exercício construtivo de rápida execução”.

Joaquim Moreno

O centro ‘sexy’ ou Nova Iorque no Minho

Para quem chega pela primeira vez, o CAAA é uma fábrica pintada de preto. Como está a 30 segundos do shopping e o empedrado da rua em frente cheira a centro histórico, a demão de tinta na velha fábrica marca logo pontos na regeneração urbana, ou de modo mais congenial, na invenção de urbanidade.

Ana Reis

Futebol para a esperança

Em Cabo Verde, a iluminação pública é quase inexistente, e a viagem de Toyota Hiace da Cidade da Praia para o Tarrafal, à noite, faz-se emersa na escuridão e no bafo quente do ar húmido da ilha. Na manhã do dia em que se apresentou o projecto “20 Centres for 2010” no Tarrafal, a primeira

Pedro Campos Costa / Paulo Moreira (TEXTO) + Valter Vinagre (FOTOGRAFIA)

Noutra Costa da Caparica

O bairro das Terras do Lelo Martins existe mas não se vê. Está “camuflado” entre terrenos agrícolas na sombra da frente marítima densamente construída e a paisagem protegida da arriba fóssil da Costa da Caparica. A existência do bairro é um tema controverso, de difícil resolução. Trata-se de um assentamento de formação espontânea onde vivem aproximadamente 400 pessoas em casas autoconstruídas.

N.º 247

DEBATE A CÉU-ABERTO

O número 247 do Jornal Arquitectos foi apresentado publicamente na Costa da Caparica na passada sexta-feira dia 7 de Junho e no sábado, dia 8, houve nova apresentação no Porto, na garagem das casas de Álvares Cabral, num debate a céu-aberto. A publicação do segundo número da nova série do