A EQUIPA DO J–A (TEXTO) / JORGE NOGUEIRA (FOTOGRAFIA)

AS PROFISSÕES DA ARQUITECTURA

Como todas as profissões, a arquitectura é uma forma de saber. Ser arquitecto é partilhar uma certa forma de ver o mundo, capaz de tirar partido do espaço, da cidade, das tecnologias construtivas, dos instrumentos de representação e de outros aspectos do conhecimento disciplinar, contribuindo para uma sociedade mais culta e qualificada.

Pedro Baía / Marta Labastida (Texto) / Augusto Brázio (Fotografia)

ONDE PÁRA O ENSINO

No presente ano lectivo, caiu drasticamente o número de candidatos aos cursos superiores de engenharia civil em Portugal. Na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, das 150 vagas disponíveis no Instituto Superior Técnico apenas foram ocupadas 82. Na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com a mesma oferta, ficaram por preencher dois terços das vagas. A Universidade do Minho (50 vagas) e Coimbra (110 vagas) receberam cinco alunos cada uma. Entre a Universidade do Algarve (30 vagas), Aveiro (25 vagas) e Trás-os-Montes (30 vagas), ficou colocado um aluno. Se a tendência para a redução de alunos já era perceptível nos últimos anos, as colocações de 2014 tornaram evidente o problema. O que ensinar numa universidade sem alunos?

Maria Pestana / Rui Mendes (Texto) / Ivo Poças Martins (Ilustração)

A PERTINÊNCIA DO EFÉMERO

Quando, no Verão de 2013, se construiu temporariamente a Casa do Vapor, houve uma grande euforia mediática em torno da pequena cabana de praia. O projecto era ambicioso e a presença da arquitectura confundia-se com as aspirações sociais dos envolvidos. A estratégia – usar uma construção modesta e efémera para desencadear um processo de dinamização, envolvimento social e conquistas efectivas – não era nova.

Marta Labastida/ Pedro Baía (texto) / Nuno Cera (fotografia)

A escolha da serra

O Lugar da Arquitectura num Negócio de Sucesso A história em torno da Casa das Penhas Douradas e da Burel Factory apresenta os ingredientes necessários para um argumento convincente. Trata-se de um “caso de sucesso”, imbuído da dimensão “empreendedora”, simultaneamente fascinante

Rui Mendes / João Láia (TEXTO) + Valter Vinagre (FOTOGRAFIA)

‘Resorts’ em ponto-morto

Os resorts tomaram de assalto as grandes herdades do Sul do país. Na região do Alentejo, do litoral ao interior, estão em curso dezenas de projectos para grandes conjuntos turísticos. Entre as tipologias de turismo, o resort é a que permite um programa mais extenso e a conjugação de mais funções na mesma parcela territorial. É um modelo híbrido, entre as economias do trabalho e do lazer, o retiro para congressos empresariais e a prática do golfe, do hipismo e dos desportos náuticos. O Alentejo parece estar a ganhar novos sentidos e possibilidades, particularmente em torno do grande empreendimento do Alqueva.

Pedro Campos Costa / Paulo Moreira (TEXTO) + Valter Vinagre (FOTOGRAFIA)

Noutra Costa da Caparica

O bairro das Terras do Lelo Martins existe mas não se vê. Está “camuflado” entre terrenos agrícolas na sombra da frente marítima densamente construída e a paisagem protegida da arriba fóssil da Costa da Caparica. A existência do bairro é um tema controverso, de difícil resolução. Trata-se de um assentamento de formação espontânea onde vivem aproximadamente 400 pessoas em casas autoconstruídas.

André Tavares / Ivo Poças Martins (texto) + André Cepeda (fotografia)

Arquitectura ‘low-cost’

O turismo na cidade do Porto está em franca expansão. Nos últimos oito anos, o número de hóspedes recebidos aumentou quase 50%, valor assinalável em comparação com os 30% do total nacional. Essa transformação da paisagem económica da cidade está a ter um impacto substancial na dinâmica da sua estrutura edificada e, naturalmente, na prática da arquitectura. Um aspecto peculiar dessa transformação decorre do turismo low-cost, cuja relevância é cada vez mais substancial a avaliar pelo crescimento exponencial dos voos operados por companhias desse segmento no aeroporto da cidade. Em paralelo, nos últimos anos tem crescido a oferta de alojamento económico no centro histórico da cidade, entre hostels, guest-houses, apartments, town-houses e bed&breakfasts, não falta oferta para dormir confortavelmente segundo um padrão diferente da noite de hotel. O êxito destes empreendimentos parece residir num contra-senso, o facto de não serem classificados como turismo e de se albergarem sob a figura do Alojamento Local.