Stefano Tornieri / Pedro Lemos Cordeiro

Veneza pronto-a-vestir

Após um longo período de negociações com o município de Veneza, já nada parece poder impedir a execução de um projecto polémico assinado pelo OMA, de Rem Koolhaas, para o centro de Veneza: a transformação do Fontego dei Tedeschi, o palácio dos alemães, numa megastore da Benetton. O

Joaquim Moreno

Superpoderes ou Superpotências

Somos todos fãs dos Eames. Seja da poltrona para incapacitados do pós-guerra, que, na verdade, queríamos para ouvir música ou falar com o psiquiatra, seja dos cartões com imagens e ranhuras para os castelos de cartas passarem a ser pequenas arquitecturas de imagens, seja ainda da arquitectura pré-fabricada e standardizada da sua Case Study House, na Califórnia dos anos 50, é difícil encontrar alguém indiferente ao universo formal e imagético de Charles e Ray Eames.

Diogo Seixas Lopes

A Fábrica Que Viveu Duas Vezes

Edifícios & Vestígios é o título de um projecto desenvolvido no âmbito do Programa de Arte e Arquitectura de Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura. Inês Moreira, comissária (com Aneta Szylak) e investigadora, conduziu este trabalho, que resultou numa exposição e num livro. É do último que este texto trata, como registo do primeiro.

Hugo Oliveira

Viu baleias, Heisenberg?

O vento caiu de repente, o céu começou a ficar carregado, e eles estavam no meio de uma tempestade, sem comida nem água. Werner Heisenberg e Niel Bohr, ambos prémios Nobel, faziam parte da tripulação de um barco no mar Báltico. Para eles, estas viagens ofereciam uma boa oportunidade de ter conversas sérias acerca de assuntos triviais. Perguntaram a Heisenberg se tinha visto alguma baleia enquanto procurava encontrar as luzes de algum navio. Teria ele visto baleias? “Não vejo nada a não ser baleias, ainda que algumas delas possam ser nada mais do que grandes ondas.”

Álvaro Domingues

Agora que pensávamos que tínhamos tudo…

 O que será o municipalismo depois do emagrecimento do Estado? Em plenos anos de chumbo e de estagnação económica, retrocesso civilizacional e troika, é comum ouvirem-se vozes iluminadas sobre o despesismo e a corrupção, que só podiam dar nisto: um Estado sobredimensionado para uma tão

Rui Mendes (texto) / Valter Vinagre / André Cepeda (fotografia)

Arca de Noé

Os sistemas participativos, desde o projecto à construção, são ciclicamente redescobertos e valorizados. Por vezes, são um mecanismo eficaz para os arquitectos voltarem a pôr a mão na massa e, deste modo, também garantirem maior visibilidade e aceitação social. A participação permite quer a espontaneidade do arranjo in situ, valorizando a criatividade do mestre-de-obras, quer a versão do não-projecto, segundo operações meticulosamente preparadas para serem invisíveis e apagarem a marca do arquitecto.

Sandra Furtado

Austrália Sustentável

Na Austrália, nos últimos anos, o discurso político em torno das questões ambientais tem-se intensificado, contribuindo, particularmente, para aumentar o debate sobre o impacto do crescimento das cidades e da gestão urbana no meio ambiente e nos recursos energéticos do país.

Arquitectura a Prémio

J–A conversa com Renata Holod e Martha Thorne Por ocasião da cerimónia de entrega do Prémio Aga Khan para a Arquitectura de 2013, realizada em Lisboa no passado mês de Setembro, conversámos com Renata Holod, directora executiva do primeiro ciclo do Prémio Aga Khan entre 1978 e 1980, e com

Paulo Moreira / Mariana Pestana (texto) / Nelson D’Aires (fotografia)

‘Aleixo sempre’

A demolição das torres que compõem o conjunto do Bairro do Aleixo, propriedade da Câmara Municipal do Porto, está concluída a 40%: dois dos cinco edifícios já desapareceram. Os edifícios faziam parte de um conjunto de habitação na freguesia de Lordelo do Ouro, inaugurado em 1976, com vista sobre o rio Douro. O projecto de demolição, para além da sua complexidade técnica, tem uma forte dimensão política e social. Em que ponto estão os trabalhos de preparação da construção de um novo complexo imobiliário no Aleixo?

João Soares (TEXTO) + Vasco Célio (FOTOGRAFIA)

A minha cabana

No extremo sudoeste da Europa, na ponta de Sagres, foi construída há pouco tempo uma pequena habitação “à moda antiga”. O autor, arquitecto paisagista de formação, é percebeiro e pescador. A casa, simples, desafia lugares-comuns de alguns temas quentes da arquitectura contemporânea, desde questões de linguagem e de sustentabilidade, à reutilização de técnicas construtivas tradicionais e instrumentos da prática do projecto. Na sua simplicidade, a casa resolve de uma assentada vários dilemas existenciais, sobretudo porque corresponde à materialização transparente dos desejos íntimos do seu dono.