N.º 252

EDITORIAL

AINDA CÁ ESTAMOS. “Como vai essa crise?” À pergunta para a qual já poucos têm paciência, a nossa resposta é: “Ainda cá estamos.” Com este número do J–A, completa-se a série de sete números que, como resultado de um concurso aberto aos membros da Ordem, nos foi confiada no final de 2012. Renovámos a estratégia editorial da revista e demonstrámos que, adequando os meios de produção às expectativas, o J–A não é um encargo financeiro relevante para a Ordem, sendo capaz de estimular confrontos saudáveis e de dar corpo a debates necessários.

Isabel Barbas (Texto) / André Cepeda (Fotografia)

16 035 KG

A Casa Girassol é um projecto com vários capítulos. É uma ideia maturada e concretizada em desenhos, maquetas e projectos. Como tantas outras arquitecturas de Pedro Bandeira, esta ideia – fazer uma casa rodar 360° – é pretexto para uma reflexão mais alargada sobre um dado tema arquitectónico e deu origem a várias versões.

André Tavares (Texto) / Valter Vinagre (Fotografia)

‘WE ARE LOVE’

Há um festival de Verão que aposta na arquitectura como argumento forte da sua programação. Ao lado da música e da experiência colectiva que atrai milhares de pessoas a um mesmo lugar num mesmo momento, o Boom quer ser um instrumento de mudança, “criar uma realidade que se relacione de forma positiva com o meio ambiente e contribua para a educação e o conhecimento”.

Tiago P. Borges

MIGALHAS

No conto dos irmãos Grimm, a madrasta de uma família pobre planeia abandonar os irmãos Hänsel e Gretel durante um passeio pela floresta. Hänsel, ao descobrir os planos da madrasta, vai deixando cair migalhas de pão pelo caminho, na esperança de mais tarde conseguir regressar a casa; porém, não contava que os pássaros lhe petiscassem o trilho semeado, condenando o regresso ao fracasso.

Joaquim Moreno

METABOLISTAS NA AMADORA

Como tantas outras coisas nestes dias de país cinzento, também a arquitectura do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora entrou em 2013 no registo low-cost. Para sermos precisos, o custo da obra foi de 38,50 euros por metro quadrado em 2013 e 30,50 euros por metro quadrado em 2014, segundo os dados da nova equipa projectista.

Diogo Seixas Lopes

NO BOSQUE SAGRADO

O Cinema Ideal fica em Lisboa, junto ao Bairro Alto.
 É a mais antiga sala de cinema do país, originalmente inaugurada em 1904. As suas instalações foram remodeladas recentemente com um projecto de José Neves, Prémio Secil 2012.

Paulo Moreira

‘TUDO FEITO COM O MARTELO’

A Casa da Cultura de Pinhel foi inaugurada em Agosto de 2014, após uma primeira etapa de reabilitação do antigo Paço Episcopal. Trata-se de uma obra construída em 1783 que foi tendo outros usos ao longo do tempo: quartel militar, quartel da Guarda Nacional Republicana, esquadra da Polícia de Segurança Pública, externato e liceu, residência de estudantes e sede de empresas municipais.

N.º 251

EDITORIAL

A mudança sociológica que a arquitectura portuguesa
viveu nos últimos vinte e cinco anos merece um balanço. Nem os arquitectos continuam a ser uma classe à parte
no panorama das profissões – senhores de meia-idade, incompreendidos e marginalizados –, nem o contexto socioeconómico do país é propenso à retoma da indústria da construção. Uma vez ultrapassada a barreira dos vinte mil arquitectos, a proliferação de escolas de arquitectura parece ter acabado.

MATERIAIS: PRODUÇÃO, LABORATÓRIO, OBRA

Pensamento e construção consumam a tarefa elementar
de juntar a matéria. Os materiais constituem um património da arquitectura e dão corpo à sua força enquanto expressão, forma e significado. Matéria-prima, processamento e transformação são operações que permitem aferir em que pé se encontram hoje as empresas que fabricam e comercializam o que dá substância à arquitectura. Fomos ao encontro dos engenheiros Ângela Nunes (Secil) e Nelson Cristo (Cevalor – Centro Tecnológico da Pedra Natural de Portugal) e dos arquitectos Tânia Teixeira e Nuno Grenha (Telheiro da Encosta do Castelo, Oficinas do Convento).

Ivo Poças Martins (Texto) / Nuno Cera (Fotografia)

A SOLUÇÃO GLOBAL

A presença da arquitectura portuguesa além-fronteiras tem sido crescente, mas discreta. A construção da torre
do Kempinski Rafal Centre, que arrancou este ano em Riade, é um sinal de que este padrão pode ser invertido.
 A visibilidade da operação, o volume construído e a assunção do desígnio global do projecto por um escritório português são marcos de uma forma de trabalho que ultrapassa a noção da exportação de arquitectura de autor.