A escola-estaleiro em Covas do Monte
Num momento em que se debatem os limites de actuação dos arquitectos e em que proliferam, com mais ou menos reverberação mediática, exemplos de “práticas espaciais” a reboque dos eventos culturais das grandes capitais europeias, a iniciativa Terra Amada – que teve lugar no último Verão em Covas do Monte, próximo de Lafões – suscita um leque de questões que permitem alimentar o debate, escapando ao sobreaquecimento gerado pelos holofotes que iluminam a arquitectura hype.
Na ‘Ilha Negra’
O concelho de São Roque é o menos populoso da ilha do Pico, que, segundo os últimos sensos, tem 14 806 habitantes. Na ilha destaca-se a imponente montanha do Pico, que, com uma altitude de 2351 metros, é o ponto mais alto de Portugal. São Roque e a Casa E/C ficam por trás de um segundo edifício vulcânico, numa encosta de grande declive, voltada a norte.
A escolha da serra
O Lugar da Arquitectura num Negócio de Sucesso A história em torno da Casa das Penhas Douradas e da Burel Factory apresenta os ingredientes necessários para um argumento convincente. Trata-se de um “caso de sucesso”, imbuído da dimensão “empreendedora”, simultaneamente fascinante
Editorial
O que faz um arquitecto num lugar onde tudo está construído? O excesso de equipamentos e de habitações coloca vários desafios aos profissionais da construção em Portugal. Faz sentido continuar a construir? Esta dúvida explica, em parte, o interesse crescente por áreas da prática da arquitectura que exploram territórios menos convencionais. Instados a encontrar alternativas de trabalho, os arquitectos procuram valores alternativos a partir da sua forma específica de conhecer o mundo. Dessa procura resultam novos critérios de actuação e novas estratégias.
Veneza pronto-a-vestir
Após um longo período de negociações com o município de Veneza, já nada parece poder impedir a execução de um projecto polémico assinado pelo OMA, de Rem Koolhaas, para o centro de Veneza: a transformação do Fontego dei Tedeschi, o palácio dos alemães, numa megastore da Benetton. O
Superpoderes ou Superpotências
Somos todos fãs dos Eames. Seja da poltrona para incapacitados do pós-guerra, que, na verdade, queríamos para ouvir música ou falar com o psiquiatra, seja dos cartões com imagens e ranhuras para os castelos de cartas passarem a ser pequenas arquitecturas de imagens, seja ainda da arquitectura pré-fabricada e standardizada da sua Case Study House, na Califórnia dos anos 50, é difícil encontrar alguém indiferente ao universo formal e imagético de Charles e Ray Eames.
A Fábrica Que Viveu Duas Vezes
Edifícios & Vestígios é o título de um projecto desenvolvido no âmbito do Programa de Arte e Arquitectura de Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura. Inês Moreira, comissária (com Aneta Szylak) e investigadora, conduziu este trabalho, que resultou numa exposição e num livro. É do último que este texto trata, como registo do primeiro.
Viu baleias, Heisenberg?
O vento caiu de repente, o céu começou a ficar carregado, e eles estavam no meio de uma tempestade, sem comida nem água. Werner Heisenberg e Niel Bohr, ambos prémios Nobel, faziam parte da tripulação de um barco no mar Báltico. Para eles, estas viagens ofereciam uma boa oportunidade de ter conversas sérias acerca de assuntos triviais. Perguntaram a Heisenberg se tinha visto alguma baleia enquanto procurava encontrar as luzes de algum navio. Teria ele visto baleias? “Não vejo nada a não ser baleias, ainda que algumas delas possam ser nada mais do que grandes ondas.”
Agora que pensávamos que tínhamos tudo…
O que será o municipalismo depois do emagrecimento do Estado? Em plenos anos de chumbo e de estagnação económica, retrocesso civilizacional e troika, é comum ouvirem-se vozes iluminadas sobre o despesismo e a corrupção, que só podiam dar nisto: um Estado sobredimensionado para uma tão
Arca de Noé
Os sistemas participativos, desde o projecto à construção, são ciclicamente redescobertos e valorizados. Por vezes, são um mecanismo eficaz para os arquitectos voltarem a pôr a mão na massa e, deste modo, também garantirem maior visibilidade e aceitação social. A participação permite quer a espontaneidade do arranjo in situ, valorizando a criatividade do mestre-de-obras, quer a versão do não-projecto, segundo operações meticulosamente preparadas para serem invisíveis e apagarem a marca do arquitecto.