Ivo Poças Martins (Texto) / Nuno Cera (Fotografia)

ESTALEIRO PARA UMA BARCA BRANCA

Num momento em que em Portugal rareiam os grandes estaleiros de obra, a construção da nova sede da EDP na frente ribeirinha de Lisboa é uma excepção. Nos últimos anos, entre Santa Apolónia e Belém tem-se fixado um conjunto de programas de cultura e lazer que propiciam uma nova fruição da Avenida Marginal. Mas nem só de lazer vive o Homem: este edifício torna-se também excepcional por instalar na proximidade do Cais do Sodré novas funções de trabalho e escritórios que prometem uma outra vitalidade para a zona.

André Tavares

CONTENTOR & CONTEÚDO

Os dedos das mãos não são suficientes para contar as instituições candidatas a assumir um papel de relevo na promoção cultural do património da arquitectura portuguesa contemporânea. Entre Porto e Lisboa, universidades e organismos do Estado, arquivos e museus, entidades privadas e fundações, a arquitectura e o seu legado cultural são constantemente convocadas para legitimar acções, financiamentos, programas de investigação e outras ambições muitas vezes surpreendentes.

Paulo Moreira

O EFEITO SEVILHA

A consciência ética dos arquitectos tem pautado o debate disciplinar da arquitectura. As transformações recentes da sociedade têm feito ressurgir essa discussão, sem que o seu sentido seja consensual no seio da classe profissional.

Maria Pestana / Rui Mendes (Texto) / Ivo Poças Martins (Ilustração)

A PERTINÊNCIA DO EFÉMERO

Quando, no Verão de 2013, se construiu temporariamente a Casa do Vapor, houve uma grande euforia mediática em torno da pequena cabana de praia. O projecto era ambicioso e a presença da arquitectura confundia-se com as aspirações sociais dos envolvidos. A estratégia – usar uma construção modesta e efémera para desencadear um processo de dinamização, envolvimento social e conquistas efectivas – não era nova.

Diogo Seixas Lopes

OLHÒ ROBÔ

The Robotic Touch é um livro organizado por Fabio Gramazio, Matthias Kohler e Jan Willmann, que documenta a actividade da cátedra de Arquitectura e Fabricação Digital do Departamento de Arquitectura do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique (ETH).

AFINAL AINDA HÁ PLANOS

Num contexto de mudança no âmbito do investimento público para o desenvolvimento do território e numa conjuntura de retracção evidente do investimento privado com vista à urbanização e edificação, é necessário debater o trabalho e as tarefas dos arquitectos. Mas também é necessário compreender a situação disciplinar da arquitectura a partir das instituições públicas e das suas funções. Para averiguar os efeitos destas mudanças e algumas das incertezas que rondam a profissão, o J–A foi conversar com dois arquitectos com percursos e experiências profissionais diferentes no trabalho municipal.

Ivo Poças Martins

A escola-estaleiro em Covas do Monte

Num momento em que se debatem os limites de actuação dos arquitectos e em que proliferam, com mais ou menos reverberação mediática, exemplos de “práticas espaciais” a reboque dos eventos culturais das grandes capitais europeias, a iniciativa Terra Amada – que teve lugar no último Verão em Covas do Monte, próximo de Lafões – suscita um leque de questões que permitem alimentar o debate, escapando ao sobreaquecimento gerado pelos holofotes que iluminam a arquitectura hype.

Isabel Barbas (texto) / Valter Vinagre (fotografia)

Na ‘Ilha Negra’

O concelho de São Roque é o menos populoso da ilha do Pico, que, segundo os últimos sensos, tem 14 806 habitantes. Na ilha destaca-se a imponente montanha do Pico, que, com uma altitude de 2351 metros, é o ponto mais alto de Portugal. São Roque e a Casa E/C ficam por trás de um segundo edifício vulcânico, numa encosta de grande declive, voltada a norte.

Marta Labastida/ Pedro Baía (texto) / Nuno Cera (fotografia)

A escolha da serra

O Lugar da Arquitectura num Negócio de Sucesso A história em torno da Casa das Penhas Douradas e da Burel Factory apresenta os ingredientes necessários para um argumento convincente. Trata-se de um “caso de sucesso”, imbuído da dimensão “empreendedora”, simultaneamente fascinante

N.º 249

Editorial

O que faz um arquitecto num lugar onde tudo está construído? O excesso de equipamentos e de habitações coloca vários desafios aos profissionais da construção em Portugal. Faz sentido continuar a construir? Esta dúvida explica, em parte, o interesse crescente por áreas da prática da arquitectura que exploram territórios menos convencionais. Instados a encontrar alternativas de trabalho, os arquitectos procuram valores alternativos a partir da sua forma específica de conhecer o mundo. Dessa procura resultam novos critérios de actuação e novas estratégias.