Trabalhar Além-Mar

Com a escassez de encomenda pública e privada em Portugal, muitos arquitectos têm procurado trabalho em territórios além-mar. Neste processo, Angola e Moçambique, países de língua oficial portuguesa, destacam-se como mercados apetecíveis para as indústrias de transformação do território.

Lançamento do n.º 246

Durante uma pequena trégua da chuva que se fez sentir em Lisboa, no passado sábado dia 30 de Março, o Jornal Arquitectos n.º 246 (J-A para os amigos) foi apresentado no cinema São Jorge. Depois de a maioria dos textos terem sido progressivamente disponibilizados on-line e de a revista ter sido

Rui Mendes (texto) + Valter Vinagre (fotografia)

O património a quem o quer usar

Edifício na Rua dos Fanqueiros, Lisboa. Atelier José Adrião … habituámo-nos a julgar a obra à luz da adequação face ao aparato, talvez seja tempo de começarmos a julgar o aparato à luz da sua adequação face à obra. Bertolt Brecht, 1930 O Prémio Vasco Vilalva, instituído pela

VICTOR CARAMUEL

O negócio é o seguinte

São Paulo é uma cidade colossal e está a crescer no preciso instante em que escrevo esta crónica. Não vou falar aqui das razões do seu crescimento mas apenas relatar uma das formas em que está a acontecer. O negócio é o seguinte: um escritório de projecto, como tantos outros, recebe mais

Nelson Mota

É de génios que precisamos agora?

Num dos momentos mais marcantes do documentário My Architect. A Son’s Journey, um antigo colaborador de Louis Kahn fica indignado com o tempo que o realizador do filme prevê para mostrar o edifício da Assembleia Nacional do Bangladeche, em Daca. “Dez minutos?”, pergunta Shamsul Wares ao entrevistador, e acrescenta emocionado: “Não se pode tratar um edifício destes assim! Kahn deu-nos a democracia… Ele deu-nos a instituição para a democracia a partir da qual nos pudemos erguer.”

Isabel Barbas / Diogo Seixas Lopes (texto) + Nuno Cera (fotografia)

A arquitectura ainda pode ser pública?

Museu dos Coches, Lisboa. Projecto de Paulo Mendes da Rocha  O projecto do novo Museu dos Coches foi lançado em 2008 para fazer coincidir a inauguração do edifício com as comemorações do Centenário da República em 2010. Este Inverno visitámos o estaleiro da obra, na zona ribeirinha de

André Tavares / Ivo Poças Martins (texto) + André Cepeda (fotografia)

Arquitectura ‘low-cost’

O turismo na cidade do Porto está em franca expansão. Nos últimos oito anos, o número de hóspedes recebidos aumentou quase 50%, valor assinalável em comparação com os 30% do total nacional. Essa transformação da paisagem económica da cidade está a ter um impacto substancial na dinâmica da sua estrutura edificada e, naturalmente, na prática da arquitectura. Um aspecto peculiar dessa transformação decorre do turismo low-cost, cuja relevância é cada vez mais substancial a avaliar pelo crescimento exponencial dos voos operados por companhias desse segmento no aeroporto da cidade. Em paralelo, nos últimos anos tem crescido a oferta de alojamento económico no centro histórico da cidade, entre hostels, guest-houses, apartments, town-houses e bed&breakfasts, não falta oferta para dormir confortavelmente segundo um padrão diferente da noite de hotel. O êxito destes empreendimentos parece residir num contra-senso, o facto de não serem classificados como turismo e de se albergarem sob a figura do Alojamento Local.

N.º 246

Editorial

Este número assinala uma renovação do J–A. Queremos reagir positivamente a uma situação social complicada e demonstrar que a arquitectura e as suas múltiplas formas de conhecimento são úteis na transformação da sociedade. A estratégia editorial assenta em cinco pontos: (1) uma revista

Joaquim Moreno (texto) + Tiago Casanova (fotografia)

Na Terra dos Sonhos

Rem Koolhaas, no livro Delirious New York, reconstitui o parque da Terra dos Sonhos de Coney Island, o laboratório do Manhattanismo, através de uma cartografia intuitiva do inconsciente. O edifício das incubadoras, a secção número 7 desta cartografia, é o campo de treino da metrópole que

Ivo Oliveira

Um destino cego para a casa da Justiça

No passado mês de Junho, o Ministério da Justiça tornou públicas as “Linhas Estratégicas para a Reforma da Organização Judiciária”. As “Linhas Estratégicas” propostas têm o objectivo paradoxal de promover uma maior concentração da oferta judicial sem prejuízo da