EDITORIAL
AINDA CÁ ESTAMOS. “Como vai essa crise?” À pergunta para a qual já poucos têm paciência, a nossa resposta é: “Ainda cá estamos.” Com este número do J–A, completa-se a série de sete números que, como resultado de um concurso aberto aos membros da Ordem, nos foi confiada no final de 2012. Renovámos a estratégia editorial da revista e demonstrámos que, adequando os meios de produção às expectativas, o J–A não é um encargo financeiro relevante para a Ordem, sendo capaz de estimular confrontos saudáveis e de dar corpo a debates necessários.
EDITORIAL
A mudança sociológica que a arquitectura portuguesa viveu nos últimos vinte e cinco anos merece um balanço. Nem os arquitectos continuam a ser uma classe à parte no panorama das profissões – senhores de meia-idade, incompreendidos e marginalizados –, nem o contexto socioeconómico do país é propenso à retoma da indústria da construção. Uma vez ultrapassada a barreira dos vinte mil arquitectos, a proliferação de escolas de arquitectura parece ter acabado.
EDITORIAL
Como se processa a transformação das formas urbanas e do território? A arquitectura integra um sistema de relações complexo, em que a sua expressão construída é como a ponta de um icebergue: não só é difícil aferir a sua escala, como a maior parte da sua massa está submersa.
Editorial
O que faz um arquitecto num lugar onde tudo está construído? O excesso de equipamentos e de habitações coloca vários desafios aos profissionais da construção em Portugal. Faz sentido continuar a construir? Esta dúvida explica, em parte, o interesse crescente por áreas da prática da arquitectura que exploram territórios menos convencionais. Instados a encontrar alternativas de trabalho, os arquitectos procuram valores alternativos a partir da sua forma específica de conhecer o mundo. Dessa procura resultam novos critérios de actuação e novas estratégias.
Galerias de imagem
Em colaboração com o jornal Público, está a ser publicada regularmente uma galeria de imagens em que alguns projectos nacionais e estrangeiros dão conta, a um público vasto, de obras construídas que desafiam os caminhos da arquitectura contemporânea. Para o Público é uma forma de aceder
Editorial
É preciso encontrar a medida certa das coisas. Quando os arquitectos fazem projectos, estão a decidir os termos físicos e funcionais de uma determinada realidade. Caso esta seja executada, importa ter decidido bem. É certo e sabido que, em primeiro lugar, os arquitectos configuram programas e ambições que os precedem, fazem parte de uma cadeia de transformação e produção do ambiente construído. Por isso, não faz sentido imputar-lhes responsabilidades que, enquanto técnicos e prestadores de serviços, não têm. Por outro lado, ao assumirem a coordenação técnica na construção de obras que transformam a paisagem num determinado sentido, estão a ocupar uma posição social de relevo e passam a legitimar processos, quer a montante, quer a jusante da sua própria actuação.
A METÁFORA DO ARAME
Estamos em crise, mas ainda assim há arquitectura. Ao longo de 2013 o J–A publicou projectos, edifícios em construção e obras construídas. E muitas outras coisas, da nossa realidade.
DEBATE A CÉU-ABERTO
O número 247 do Jornal Arquitectos foi apresentado publicamente na Costa da Caparica na passada sexta-feira dia 7 de Junho e no sábado, dia 8, houve nova apresentação no Porto, na garagem das casas de Álvares Cabral, num debate a céu-aberto. A publicação do segundo número da nova série do
EDITORIAL
A arquitectura está refém da sua suposta inutilidade. À falta de investimento na construção, as competências próprias da disciplina são tidas como dispensáveis. A urgência do quotidiano mobiliza recursos noutras direcções, e os arquitectos são instados a mudar de profissão ou a emigrar. Esta lógica é equívoca: a arquitectura não é apenas um saber instrumental à mercê das flutuações do mercado; a arquitectura é uma forma de conhecimento útil nas mais variadas circunstâncias. Só que a falta de encomenda, depois de anos de excesso da mesma, deixa a profissão num impasse que a fragiliza. Será que os arquitectos só servem para desenhar edifícios ou para coordenar planos de urbanização?
Lançamento do n.º 246
Durante uma pequena trégua da chuva que se fez sentir em Lisboa, no passado sábado dia 30 de Março, o Jornal Arquitectos n.º 246 (J-A para os amigos) foi apresentado no cinema São Jorge. Depois de a maioria dos textos terem sido progressivamente disponibilizados on-line e de a revista ter sido