ANDRÉ TAVARES / RUI MENDES (TEXTO) / VALTER VINAGRE (FOTOGRAFIA)

UM OFÍCIO VULNERÁVEL

Aparentemente é simples: as paredes são em betão branco descofrado, as caixilharias padronizadas em perfil misto de madeira e alumínio, os pavimentos em pedra mármore ou resina epóxi, as paredes interiores em gesso cartonado. Parece não haver nada que possa enganar.

Isabel Barbas (Texto) / André Cepeda (Fotografia)

16 035 KG

A Casa Girassol é um projecto com vários capítulos. É uma ideia maturada e concretizada em desenhos, maquetas e projectos. Como tantas outras arquitecturas de Pedro Bandeira, esta ideia – fazer uma casa rodar 360° – é pretexto para uma reflexão mais alargada sobre um dado tema arquitectónico e deu origem a várias versões.

Diogo Seixas Lopes / Joaquim Moreno (Texto) / Valter Vinagre (Fotografia)

A LINHA CLARA

As palavras de Stravinsky parecem ecoar no trabalho de uma nova geração internacional de arquitectos. O trabalho do Fala Atelier também labora nesta nova arquitectura de restrições auto-impostas e formatos de trabalho ditados pela circulação e pela distância. A “linha clara” que esta nova arquitectura define é uma linha de sincronização, ou de paralelismo, entre princípios gerais e factos particulares, entre formatos e aplicações.

Rui Mendes (texto) / Valter Vinagre / André Cepeda (fotografia)

Arca de Noé

Os sistemas participativos, desde o projecto à construção, são ciclicamente redescobertos e valorizados. Por vezes, são um mecanismo eficaz para os arquitectos voltarem a pôr a mão na massa e, deste modo, também garantirem maior visibilidade e aceitação social. A participação permite quer a espontaneidade do arranjo in situ, valorizando a criatividade do mestre-de-obras, quer a versão do não-projecto, segundo operações meticulosamente preparadas para serem invisíveis e apagarem a marca do arquitecto.

Paulo Moreira / Carlos M. Guimarães (TEXTO) + André Cepeda (FOTOGRAFIA)

A QUIMERA DO TGV

O projecto da Estação Évora-Norte fazia parte de um sonho que, na ausência de consenso, se foi transformando numa quimera. A linha ferroviária de alta velocidade em Portugal, vulgarmente chamada pelo acrónimo TGV, Train à Grande Vitesse, foi amplamente discutida, sobretudo a nível económico e político. Pelo contrário, como não é de estranhar, as suas componentes técnicas e o impacto territorial da megaestrutura não foram alvo de debates profundos, nem de avaliações públicas. Esta marginalização confirma que a arquitectura e a transformação do território tendem a permanecer, não raras vezes, na sombra da decisão política. Projectos mobilizadores de equipas imensas de técnicos e especialistas dependem quase exclusivamente de valores e vontades que escapam ao alcance dos projectistas.

André Tavares / Pedro Baía (TEXTO) + Helder Sousa (FOTOGRAFIA)

Sonhar O Impossível, Não Fazer O Possível

Não faltam provérbios. “Casa de ferreiro, espeto de pau” seria uma hipótese, embora o projecto de arquitectura para o edifício da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos tenha sido exemplar, resultando de um concurso público amplamente participado – os então “novíssimos” NPS Arquitectos desenvolveram as várias fases do projecto, responderam a todas as solicitações do cliente, cumpriram prazos, ou seja, demonstraram que os concursos são uma forma privilegiada de distribuição de encomenda com vantagens ao nível do debate e da clarificação de soluções.

Joaquim Moreno (texto) + Tiago Casanova (fotografia)

Na Terra dos Sonhos

Rem Koolhaas, no livro Delirious New York, reconstitui o parque da Terra dos Sonhos de Coney Island, o laboratório do Manhattanismo, através de uma cartografia intuitiva do inconsciente. O edifício das incubadoras, a secção número 7 desta cartografia, é o campo de treino da metrópole que